Brasil precisa aumentar a produção de milho em 10% para atender demanda

18/01/2021 - Cereal tem forte tendência de alta no primeiro semestre de 2021

Fonte: Agrolink

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          O Brasil precisaria aumentar em pelo menos 10% a sua produção anual de milho para atender as demandas, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. “O relatório do USDA desta semana deixou claro um fato muito positivo para os agricultores brasileiros: há muito espaço para aumentar a produção de milho Safrinha no Brasil, que produz na entressafra americana”, explicam os analistas de mercado. 

 

          O mais importante, apontam eles, é a grande necessidade de aumentar a produção de suínos na China e na Europa, que voltou a sofrer com peste suína e teve que abater mais de 6 milhões de cabeças nesta semana. Isso deverá gerar demanda extra por, pelo menos, mais dois anos. Na avaliação dos técnicos da TF Consultoria este aumento poderia ser de, pelo menos, 10% acima da área atual plantada no Brasil: “E o país tem terra, maquinário, dinheiro e mão de obra especializada para isto”.

“Ao contrário da soja, o milho tem forte tendência de alta no primeiro semestre de 2021, podendo chegar a R$ 95,00/saca em JUNHO ou JULHO, diante da grande escassez do produto no Brasil e no Mundo e da grande demanda no Brasil e no Mundo. A lucratividade estaria por volta de 50,29%, com custos de produção da segunda safra de R$ 47,24 e preços pagos ao produtor de R$ 71,00/saca. Foque no lucro e não no preço”, conclui a equipe da TF.

 

FATORES DE ALTA

           - Forte redução dos estoques mundiais: o USDA reduziu em 5,13 milhões de toneladas a produção mundial e em 3,83 MT os estoques finais de milho nos EUA. No Brasil foram reduzidos em mais 1,0 milhão de toneladas;

           - Grande escassez de produto no Brasil, cujos estoques finais foram reduzidos novamente pela Conab em mais 76 mil toneladas, para 7,33 MT, contra 10,84 MT da safra anterior;
           - Grande demanda por carnes, que aumentou a demanda por milho;
          -  O dólar subiu 2% nas duas primeiras semanas de janeiro e tende a continuar elevado, apesar da queda desta semana;

 

FATORES DE BAIXA

           - Colheita da safra de verão – fator fraco, porque a colheita foi menor do que se esperava por problemas de seca nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que também são grandes consumidores. O país já havia plantado uma área menor.
           - Plantio de uma área maior de milho Safrinha – Com o início da programação da próxima safra de inverno no Brasil, os números deverão ter impacto na tendência dos preços, uma vez que podem suavizar, a partir de junho/julho, as necessidades dos consumidores, grandes e pequenos.